Fratura de Torus

Fonte: Google Imagens
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Introdução

A fratura de indentação ou torus é definida como uma fratura por compressão de uma cortical óssea, com a cortical oposta intacta. Ao invés de se romper de um lado a outro, o que se observa é um "amassado" no osso. O periósseo permanece íntegro. São fraturas muito comuns no punho. A fratura de torus é muito comum em crianças, por causa dos ossos mais macios da criança. 

(BUCKLE, 2020; HOLLANDA, 2021; YAZAKI, KRIGER, SKAF, 2007).

Fonte: (HOLLANDA, 2021)
Fonte: (HOLLANDA, 2021)

Avaliação Clínica

  • Pacientes pediátricos que sofrem traumatismos devem ser submetidos a uma completa avaliação para traumatismo, com atenção para as vias respiratórias, respiração, circulação, incapacidade e exposição. O ideal é que esse exame seja realizado sob a supervisão de uma equipe de traumatismo geral ou especialista em emergências pediátricas.
  • Crianças não são boas contadoras de histórias; portanto, pode ser necessária muita habilidade diagnóstica, mesmo ante os problemas mais simples. Os pais podem não ter estado presentes no momento da lesão e nem sempre podem fornecer uma história precisa. É importante avaliar toda a extremidade porque a criança pequena nem sempre consegue indicar com clareza o local da lesão.
  • Como regra geral, as crianças tolerarão mais dor e procedimentos incômodos que os adultos, especialmente se compreenderem o que você fará e confiarem em você. Portanto, é importante explicar a elas, ouvir suas sugestões sempre que possível e parar quando pedirem isso.
  • A avaliação neurovascular é indispensável , antes e após manipulação.
(EGOL, KA et al., 2013).

Imagiologia

  • Radiografia convencional: é o exame basilar no traumatismo do esqueleto apendicular, sendo geralmente suficiente para o diagnóstico. São necessárias pelo menos duas incidências perpendiculares da região em causa. Nos ossos longos deve incluir-se a articulação proximal e a distal. Pode ser útil repetir a radiografia nos casos de exame inicial normal e sintomatologia persistente, já que em certas fraturas de stress os sinais radiográficos podem demorar mais de cinco dias a surgir. Pode também ser aconselhável radiografar o membro contra-lateral para valorizar lesões subtis.
  • Ecografia: pode ser útil para demonstrar uma discreta elevação do periósseo, avaliar epífises totalmente cartilagíneas, demonstrar derrame articular e avaliar as partes moles locais.
  • Tomografia Computorizada: reservado para áreas anatomicamente complexas em que a radiografia pode ser pouco conclusiva (ex: carpo, tarso, tornozelo).
  • Ressonância magnética: tem aplicação mais limitada, podendo ser útil para avaliar edema medular ósseo (contusão), as epífises cartilagíneas, as estruturas músculo-ligamentares e tendinosas.

(MACEDO, 2013) 

Tratamento

  • Tala ou gesso para evitar que o braço se mova. Manter o braço elevado para reduzir a dor e o inchaço. Quando a criança estiver sentada ou deitada, manter o braço acima do nível do coração, e isso pode ser feito colocando o braço da criança sobre um travesseiro que fica sobre o peito da criança ou sobre um travesseiro ao lado da criança. Isso é mais importante durante os primeiros 2 dias (48 horas) após a lesão. Certificar-se que os travesseiros não se movam perto do rosto da criança e sempre supervisionar.
  • Colocar uma bolsa de gelo na área ferida por 20 minutos a cada 1 a 2 horas no primeiro dia para o alívio da dor. Pode fazer uma bolsa de gelo embrulhando um saco plástico com cubos de gelo em uma toalha fina. Conforme o gelo derrete, tomar cuidado para que o gesso ou a tala não molhem. Pode colocar a bolsa de gelo dentro da tipóia e diretamente sobre a tala ou gesso. Continuar usando a bolsa de gelo 3 a 4 vezes ao dia durante os próximos 2 dias. Em seguida, usar a bolsa de gelo conforme necessário para aliviar a dor e o inchaço.
  • Manter o gesso ou a tala completamente secos o tempo todo. Durante o banho da criança manter o gesso ou a tala fora d'água, protegendo com um grande saco plástico, com fita adesiva ou elástico na extremidade superior. Se um molde ou tala de fibra de vidro molhar, pode secar com um secador de cabelo em local fresco.
  • Paracetamol ou ibuprofeno podem estar sendo usados para controlar a dor, a menos que outro analgésico tenha sido prescrito. Se a criança tem doença renal ou hepática crônica, verificar com o médico antes de usar esses medicamentos. Conversar com o provedor se seu filho teve úlcera estomacal ou sangramento gastrointestinal. Criança com menos de 6 meses de idade, não deve tomar o ibuprofeno.
  • Não é recomendado colocar cremes, loções ou objetos sob o gesso. Se a coceira continuar, ligar para o provedor.
  • Acompanhar com o profissional de saúde da criança ou conforme recomendado. Para ter certeza de que o osso está cicatrizando como deveria. Se a criança recebeu uma tala, ela pode ser trocada por um gesso na consulta de acompanhamento.
(BUCKLE, 2020)

Complicações

Ligar para o médico da criança imediatamente se algum destas complicações ocorrer:

  • O gesso ou a tala racham.

  • O gesso ou tala fica úmido ou macio.

  • O molde ou tala de fibra de vidro permanece úmido por mais de 24 horas.

  • A tensão ou a dor sob o gesso ou a tala pioram.

  • Os dedos ficam inchados, frios, azuis, dormentes ou formigando.

  • A criança não conseguir mover os dedos no braço machucado.

  • A pele ao redor do gesso ficar vermelha, inchada ou irritada.

  • Criança apresentar febre.

(BUCKLE, 2020)

Tempo de Consolidação

Essas fraturas cicatrizam mais rápido do que as fraturas completas. Mas a criança precisará usar uma tala ou gesso por pelo menos 3 semanas. A fratura pode levar de 6 a 8 semanas para cicatrizar. 
(BUCKLE, 2020).


Referências

BUCKLE (Torus) Fracture of an Arm. 1. Fairview, 2020. Disponível em: https://www.fairview.org/patient-education/116634EN. Acesso em: 12 nov. 2021.

EGOL, Kenneth A.; KOVAL, Kenneth J.; ZUCKERMAN, Joseph D. Manual de fraturas. 4. ed. Rio de Janeiro: DiLivros, 2013 

HOLLANDA, João. Fraturas em crianças. Disponível em: https://ortopedistadojoelho.com.br/fraturas-em-criancas/. Acesso em: 12 nov. 2021. 

MACEDO, F. Caso radiológico. Nascer e Crescer, 22, p. 261-262, 2013. 

YAZAKI, C.; KRIGER, J.; SKAF, A. Fraturas do Terço Distal do Antebraço na Criança. Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Colégio Brasileiro de Radiologia, p. 8, 2007. Diretrizes. 

Universidade Federal Delta do Parnaíba-UFDPAR
Vaneska Sousa Oliveira - Parnaíba -2021
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