Fraturas

Definição

Uma fratura é uma quebra estrutural na continuidade de um osso, uma placa epifisária ou uma superfície articular cartilaginosa. Quando ocorre uma fratura, ocorre também algum grau de lesão nos tecidos moles que cercam o osso. Dependendo do local da fratura, a lesão dos tecidos moles relacionados pode ser séria, caso uma grande artéria ou nervo periférico também estejam envolvidos. Se a fratura for mais central, pode haver envolvimento do cérebro, da medula espinal ou das vísceras (KISNER, C et al., 2006).

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Etiologia

Fratura por trauma

Produzida por agente contundente que atua por trauma direto ou indireto. No traumatismo indireto, o agente contundente produz indiretamente a fratura, o trauma se localiza em um ponto e a lesão ocorre em outro local, pode ocorrer por: compressão (ocorre principalmente nos ossos esponjosos, a exemplo da coluna e calcâneo, nas quedas de altura), flexão (ocorre nos ossos longos quando estes são forçados no sentido da flexão) e torção (quando o mecanismo indireto é a torção, em ossos longos, produzindo as fraturas com traço helicoidal. Durante a deambulação, na fase monopodálica, a torção interna ou externa do corpo, estando o pé fixo ao solo, é o exemplo mais típico deste tipo de fratura). E no traumatismo direto, o agente contundente choca-se diretamente como segmento corporal, determinando a fratura (RUARO, A.F, 2004). Exemplo: acidentes automobilísticos, as quedas e as agressões físicas (PARREIRA, JG et al., 2017).



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Fratura de fadiga ou por estresse

As fraturas por estresse resultam de cargas anormais e repetitivas no osso normal que levam a microdanos e, em seguida, à fratura. Eles ocorrem após um aumento repentino na atividade física, aparecem principalmente nos membros inferiores, as mulheres correm maior risco do que os homens. Os pacientes reclamam de dores mecânicas, os achados clínicos incluem dor focalizada e, às vezes, edema. Nenhum teste biológico é útil para o diagnóstico, as radiografias simples são normais na doença em estágio inicial, a ressonância magnética é o padrão ouro para confirmar a fratura por estresse. Exemplo: medicina esportiva e reumatologia (SAUNIER, JORDANE; CHAPURLAT, ROLAND, 2018). 

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Fratura patológica

Fratura patológica ou ainda fratura por fragilidade, isto é, uma fratura do osso já enfraquecido pela doença que ocorre como resultado de uma sobrecarga mínima no sistema esquelético. As fraturas patológicas são mais comuns nas vértebras, quadris, punhos e costelas. Exemplo: quando um paciente com osteoporose conhecida (ou com alto risco de desenvolver osteoporose) ou com osteopenia participa de um programa de exercícios resistidos, o risco de fratura patológica precisa ser considerado (KISNER, C et al., 2006).
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Fratura Fechada e Fratura Exposta

A classificação das fraturas tem o objetivo de orientar o tratamento, permitir o prognóstico e servir de parâmetro na comparação dos resultados obtidos entre os mais variados tipos de tratamentos aplicados. A fratura fechada é quando não existe contato do foco de fratura com o meio exterior (RUARO, A.F, 2004). Fraturas expostas são as que apresentam comunicação com o meio externo por meio de uma lesão de partes moles. São consideradas emergências ortopédicas e têm como objetivo de seu tratamento a consolidação sem ocorrência de infecção, grande parte das fraturas expostas apresenta exposição evidente em sua apresentação inicial, em parte dos casos, porém, pode não ser claro se existe contiguidade entre o foco da fratura e o meio externo, de forma que se recomenda presumir que a fratura é exposta sempre que houver lesões de partes moles adjacentes ao foco de fratura (GIGLIO, PN et al., 2015).

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Tipos de Fraturas

Transversal

Por meio do trauma direto (JORGE, M.A.D.A et al., 2017).

Oblíqua

Por meio do trauma em flexão (JORGE, M.A.D.A et al., 2017).

Espiral

Através da força de torção, ocasionando uma falha por tensão espiral no osso longo (KISNER, C et al., 2006).

Cominutiva

O osso é separado, esmagado quebrado em pedaços no local do impacto fragmentos ósseos menores são encontrados entre os dois fragmentos principais (TORTORA, D et al., 2016).

Impactada

Uma extremidade do osso fraturado é vigorosamente empurrada para o interior do outro (TORTORA, D et al., 2016).

Em galho verde

Fratura parcial, na qual um lado do osso quebra e o outro enverga; ocorre apenas em crianças, cujos ossos não estão totalmente ossificados e contêm mais material orgânico que inorgânico (TORTORA, D et al.,2016).

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Consolidação de Fraturas

Fase reativa sendo a fase inflamatória inicial, em que os vasos sanguíneos que cruzam a linha de fratura estão rompidos. Com o extravasamento sanguíneo das extremidades rompidas dos vasos, uma massa de sangue (normalmente coagulado) se forma ao redor do local da fratura. Essa massa de sangue, chamada hematoma de fratura, em geral se forma 6 a 8 h depois da lesão. Visto que a circulação sanguínea no local onde o hematoma de fratura se desenvolve é interrompida, as células ósseas circunvizinhas morrem. O edema e a inflamação que ocorrem em resposta às células ósseas mortas produzem mais resíduos celulares. Os fagócitos (neutrófilos e macrófagos) e osteoclastos começam a remover o tecido morto ou danificado dentro e ao redor do hematoma de fratura. Este estágio pode durar até algumas semanas. Na fase de reparação sendo a fase de formação do calo fibrocartilaginoso, é caracterizada por dois eventos: formação de um calo fibrocartilaginoso e de um calo ósseo para preencher o intervalo entre as extremidades ósseas fraturadas, vasos sanguíneos começam a crescer no hematoma da fratura e fagócitos começam a limpar as células ósseas mortas. Os fibroblastos do periósteo invadem o local da fratura e produzem fibras de colágeno, além disso, as células do periósteo se desenvolvem em condroblastos e começam a produzir fibrocartilagem nessa região, esses eventos promovem o desenvolvimento de um calo fibrocartilaginoso (mole), que consiste em massa de tecido de reparação composta por fibras de colágeno e cartilagem que une as extremidades do osso. A formação do calo fibrocartilaginoso leva cerca de 3 semanas. Na fase de reparação, formação do calo ósseo, que ocorre nas áreas mais próximas ao tecido ósseo saudável bem vascularizado, células osteogênicas se desenvolvem em osteoblastos, os quais começam a produzir trabéculas de osso esponjoso, as trabéculas unem as porções vivas e mortas dos fragmentos ósseos originais. Por fim, a fibrocartilagem é convertida em osso esponjoso e o calo passa a ser chamado calo ósseo (duro), o calo ósseo persiste por 3 a 4 meses. E por fim a fase de remodelação óssea, sendo a fase final do reparo da fratura é a de remodelação óssea do calo, as porções mortas dos fragmentos originais do osso fraturado são gradativamente reabsorvidas pelos osteoclastos, osso compacto substitui osso esponjoso na periferia da fratura. Às vezes, o processo de reparo é tão completo que a linha de fratura é indetectável, mesmo na radiografia, entretanto, uma área espessada na superfície do osso permanece como evidência da fratura consolidada (TORTORA, D et al.,2016).

                Fonte: Corpo Humano - Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. Artmed Editora, 2006.
Fonte: Corpo Humano - Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. Artmed Editora, 2006.

Referências

GIGLIO, Pedro Nogueira et al. Avanços no tratamento das fraturas expostas☆. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 50, p. 125-130, 2015. 

JORGE, Márcia Angellica Delbon Atiê et al. SIC - Clínica Cirúrgica: Ortopedia. 1. ed. São Paulo - SP: Medcel, 2017. 189 p.

KISNER, Carolyn; COLBY, Lynn Allen. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. In: Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 2006. p. 1000-1000.

PARREIRA, José Gustavo et al. Relação entre o mecanismo de trauma e lesões diagnosticadas em vítimas de trauma fechado. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 44, p. 340-347, 2017.

RUARO, Antonio Francisco. Ortopedia e traumatologia: temas fundamentais e a reabilitação. Umurama: ed. do autor, 2004.

SAUNIER, Jordane; CHAPURLAT, Roland. Les fractures de contrainte chez le sportif. Revue du Rhumatisme, v. 85, n. 2, p. 146-150, 2018.

TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo Humano-: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. Artmed Editora, 2016.


Universidade Federal Delta do Parnaíba-UFDPAR
Vaneska Sousa Oliveira - Parnaíba -2021
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